Há sempre folhas caindo no meu caminho
são amarelas são verdes
enquanto eu rumo a cidade
por baixo do sol que se esconde
dentro da caixa da história
o sol cravado no braço
o clima fantasma dos autos
aí vem a raiva e eu grito
me cozinha que sou carne assada
um pedaço de charque:
não é assim tão fácil que me esgoto
não é assim tão fácil que me corto
não é assim tão fácil que te esqueço
não é assim tão fácil que me engoles
Mas a folha,
sim,
As folhas que caem no meu lado
são um sinal pra jurar reverência
e não minto, estão comigo
amarelas e verdes
dependendo do vento, do lado, do olho
a folha que cai dá a paciência
são magos e bruxas que vivem nas copas
são águias e princesas que contam histórias
são gias avestruzes de outras alçadas
são João e Maria jogando pãezinhos
Outro dia uma folha caiu à minha frente
Aí parei
Desci do cavalo
Não quis acreditar mais no que o encanto me dava
peguei a folha
e repente
à mil metros do chão já estava
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