Se eu pudesse
provar um pouco da pele
que há no teu sal
não seriam suficientemente
justos
nem cinco mil
metros cúbicos
de cachoeira
ribeira
sereias
pra secar essa sede
Então, garganta em fogo
eu morreria pau a pau
com os incêndios dos
prédios mais apaixonados
do centro da cidade.
fosse findo o amor
viveríamos nas leis de quem?
11.13.2012
Os meninos da rua Célia não
sabiam do mal terrível que estava por vir,
Se soubessem, desafortunados, não
seriam mais meninos.
Entre as boas tardes ali daquele
país quente, alguns conseguiam acender seus cigarros roubados, escondidos em
algum beco do bairro, para que seus parentes não descobrissem de toda fumaça,
toda briga, toda punheta, todo escândalo.
Era acordado entre os meninos da
rua Célia que um segredo é sempre irrevelável... por mais que queimem as
severas cintadas na bunda e nas pernas.
Mas Perdidinho não era um menino da rua Célia, era um
menino da rua Aurora e nem desconfiava sobre os contratos historicamente instituídos
por aqueles moleques.
Inventou de acender um cigarro
roubado à vista de muita gente e de imediato deflagrou os velhos costumes
daquela meninada que foi julgada às pressas pelas tias e avós
- responsáveis fêmeas por sua educação.
Por outro lado, o clã dos meninos
da rua Célia já se organizava para
descobrir quem era aquele delator para puni-lo por sua atitude traidora.
Perdidinho rápido que era, bateu
em retirada assim que percebeu os primeiro olhares repressores das senhoras à
rua. Escondeu-se atrás da igrejinha matriz e ali ficou durante algumas horas
até que...
11.06.2012
11.05.2012
11.01.2012
10.31.2012
E ENTÃO RIO
O tempo não absolveu a casa. As paredes se desmancharam em
diferentes tons de amarelo, a velhice assusta os vizinhos... Aliás, a velhice
não, a velhice é bela e plena, o que assusta é a tradição, a imutável qualidade
das coisas naturalizadas. Não são as rugas e as cicatrizes da casa que oprimem
os passantes, é a sua imutabilidade. Não é o corpo flácido da casa que inibe os
olhares alheios, é a paralisia de seus rijos tijolos, é a crônica febre dos
telhados que não se permitem absorver o sol a partir de diferentes ângulos.
Se todos os dias a casa pudesse ir morar em esquinas
diferentes... Se todos os dias pudesse oferecer portas em diferentes paredes,
se todos os dias pudesse ser outra casa, os vizinhos agradeceriam e não se
cansariam de lançar olhares cotidianamente forjados na inocência para
contemplar a transformação do quarteirão, do bairro e, enfim, da cidade.
É a verdade dos fatos: só se observa com grandeza e assombro
as coisinhas cotidianas uma única vez, o resto é pura repetição e costume. É
hábito. A descoberta é uma carta que se lança cegamente ao espaço, é um salto
no escuro, é talvez um grito desesperado para o futuro... Mas no presente, depois que a descoberta
acontece não tem mais volta, ela deixa de ser descoberta e vira qualquer prática
diária sem importância alguma.
Mas aquela casa, em especial... Se o tempo a tivesse
absolvido... Se pelas janelas pudessem surgir minuto a minuto pessoas novas
interessadas em testemunhar o percorrer do tempo pela tarde noite adentro... Os
homens e mulheres da vizinhança todos os dias ficariam em expectativa infantil
para observar qual o novo morador a apresentar-se pelas frestas do lar.
Ficaria a vizinhança absolutamente inquieta para descobrir
que nova e distinta família estaria ocupando salas, quartos e banheiros
invisíveis para aqueles que estão do lado fora.
Diferentes espécies de avós, tios e pais. Crianças nascidas e
renascidas de hora em hora povoando o mundo, fazendo da natalidade um
verdadeiro ato de resistência humana. Naquela casa, caso o tempo a tivesse
absolvido, a política seria o café preto aromatizante de todas as manhãs e o
feijão na panela fervendo para o almoço. E o lirismo seria de uma concretude
formidável... O lirismo existiria nas plantas parasitas - estas que costumamos
aniquilar de nossos belos jardins, estas que se desdobram sol a sol para além de
suas posses de direito roubando de outros vegetais a força vital, sugando a
energia das flores mais adocicadas, das folhas mais douradas de verde... O
lirismo então, direto e duro, seria uma condição de existência: Sobrevivam,
minhas plantinhas! E o façam com alguma poesia!
Eu fui a última a partir. Já faz alguns anos. Cancelei as
engrenagens dos relógios por acreditar que deste modo eu pararia o tempo, pelo
menos o tempo daquele último momento em que olhei para todos os cômodos e me
senti experimentando meu primeiro adeus. Quebrei os ponteiros ao meio para
poder me lembrar daquela descoberta... Naquela época eu já desconfiava que tudo
se dá assim, desse jeito meio efêmero... E-fê-me-ro... Mas só fui aprender essa
palavra muito tempo depois, quando não suportei mais lidar com o inominável das
sensações passageiras.
Também arranquei os tapetes do chão à unha, e deixei vibrando
sob a luz do dia o mar de imundícies que por tanto tempo escondemos sob a
decoração.
As fotografias joguei em uma mala. Os quartos todos tranquei
por fora, à chave de cadeia. Na ousadia da partida fiz a brincadeira de deixar
uma das janelas abertas...
Eis o meu segredo e plano revolucionário...
Se ninguém houver fechado a janela que abandonei escancarada,
quem sabe em um dia de tempestade não surja dentro daqueles cantos uma
verdadeira correnteza de águas suficientemente fortes para derrubar os tons de
amarelo das paredes e, quem sabe, (pelo bem da respiração da madeira fina do
chão e da memória) as próprias paredes?
E então rio: nunca mais casa. A transformação. Mesmo que dure
apenas o tempo de um temporal.
10.24.2012
10.16.2012
ANTES EU ACHAVA QUE O MUNDO ERA DIVIDIDO ENTRE VERMELHOS E AMARELOS II
Quando amarela, uma pracinha numa tarde de sol.
Quando vermelha o próprio sol.
Quando amarela, um sorriso largo na boca e por dentro um
silêncio devastador.
Quando vermelha meu olhar entristecido vai às ruas e se
exibe para os passantes, por dentro a morte é uma alegoria.
Quando amarela sinto o vento profundamente apaixonado por
meus cabelos.
Quando vermelha, tenho sete furacões em rotação dentro do
estômago.
Quando amarela sinto fome.
Quando vermelha devoro coincidências, reticências e
inconstâncias,
Quando amarela fico tão linda.
Quando vermelha fico mulher.
Quando amarela invento canções, caço no escuro as luzes
restantes do dia, converso com o tempo e esqueço as regras da boa educação.
Quando vermelha eu
sou o céu,
A distância e o azul
Em amarelo eu me destaco nos vôos mais imprecisos
Vermelha eu sou o corte do pássaro veloz rasgando o meu
peito
Quando amarela eu quero ter filhos
Quando vermelha eu já sou a mãe do mundo
Quando amarela eu percorro o mundo em um suspiro
Quando vermelha minhas pernas doem, meus calcanhares em
ruínas
Quando amarela, me atraso
Vermelha, me antecipo
Quando amarela eu sou o detalhe e o ensaio e o difícil
Quando vermelha, um desastre de improviso...
E quando cinza, nada disso.
10.04.2012
10.03.2012
9.17.2012
Opinião sobre o Nada
Mamãe, não tenho sido boa menina.
No Sábado um homem entrou e saiu do meu corpo
e eu não queria, mas não disse não.
E isso é o nada.
No Sábado um homem entrou e saiu do meu corpo
e eu não queria, mas não disse não.
E isso é o nada.
9.02.2012
8.23.2012
A paixão só dura sete dias
Mulher pra mais de mês
mas vou me lamentar apenas
uma vez
(onde foi que eu errei?
onde foi que eu errei?)
A paixão só dura sete dias
E assim sucessivamente,
Até que a ordem se inverta
e eu me perca
novamente
mas vou me lamentar apenas
uma vez
(onde foi que eu errei?
onde foi que eu errei?)
A paixão só dura sete dias
E assim sucessivamente,
Até que a ordem se inverta
e eu me perca
novamente
8.15.2012
Breviário da Fuga
Tinha um sonho: aprender a escrever para redigir uma carta de
despedida para poder se mandar dali daquela salinha feliz e colorida da
pré-escola.
Não aguentou completar cinco anos e em um belo dia de verão
pediu para a professora escrever em nome dela:
Querida tia Socorro, eu
não suporto mais este lugar e vou partir.
Depois olhou com ternura para a professora e timidamente
convidou-a para fugir junto. A professora não aceitou o convite alegando ter de
cuidar das outras trinta e três crianças da turma.
(Que dor. Que dor. Que aperto meu Deuzinho do céu. Por dentro
um coração torturado... Ou na pior das hipóteses: é uma dor que não dói e por
isso não tem remédio. O segredo é esperar, mas a espera também é tóxica, é um
estado de infecção. Tantas outras sensações terríveis dentro da menina que
poderiam torná-la um versículo da bíblia).
ABANDONEMOS A PROFESSORA, PORTANTO!
Então a menina saiu sorrateira da sala de aula, atravessou os
corredores vazios do horário morto da escola e alcançou o parquinho onde ficou
a brincar solitária nos balanços e escorregadores.
A mais doce fuga de todas. Rota fantástica.
Ralou os joelhos em um movimento mais afoito e nem chorou
porque não tinha para quem chorar. Viu um fiapo de sangue escorrer até o chão e
fantasiou não estar assustada. Considerou permanecer ali até completar sete
anos.
Mas toda aventura tem seu preço e depois de algumas horas a
menina já estava de volta à desinteressantíssima vida cotidiana das meninas.
Mamãe não gostou da arte. Ficou puta. Preparou engenhoso
castigo:
Mamãe passou mel na menina e depois o papai foi lá e comeu.
8.14.2012
Coragem você.
Não é porque sua vida está uma merda que você vai sair por aí cumprimentando todo mundo com pés na porta.
Segura essa onda, irmã.
Guarda essa língua ferina...
Essa navalha na boca
Ainda vai fazer sangrar
a boca de alguém.
Que cor amarela que nada...
Sou na flor
o doce ardido do espinho
Não é porque sua vida está uma merda que você vai sair por aí cumprimentando todo mundo com pés na porta.
Segura essa onda, irmã.
Guarda essa língua ferina...
Essa navalha na boca
Ainda vai fazer sangrar
a boca de alguém.
Que cor amarela que nada...
Sou na flor
o doce ardido do espinho
8.08.2012
8.05.2012
7.30.2012
Restolho que não entrou no projeto e que eu não quis jogar fora...
O cenário cultural brasileiro, sobretudo no que diz respeito
à literatura, é caracterizado historicamente como um ambiente profícuo e
criativamente diferenciado; este fato provavelmente se dá, dentre muitos
fatores, pela extensão física do país e por consequência pela diversidade
cultural pulsante nas cores, nas músicas, nos sabores, nos termos cotidianos
referentes a cada recorte regional do país e suas bases de colonização. Além disso,
nas muitas regiões nacionais existem subcategorias culturais, nascentes outras
de cultura, que se estabelecem a partir de estruturas diversas tais como
condicionantes econômicas, geográficas, educacionais, políticas e etc. Portanto,
além de participarem como elementos distintos entre si da constituição da
cultura brasileira como uma totalidade, as cidades e microrregiões são também
compostas por mosaicos culturais em diálogo político e social, seja pelas
aproximações ou pelas diferenças...
A morte tinha a boca amarela.
Caminhava por meu quarto enquanto eu insone sobre a cama pensava nela.
Pensar na morte já é morrer um pouco. Pelo menos para mim que não penso especialmente naquela espécie de morte pessoal e intransferível... penso na morte dos meus, dos que já foram, dos que amo e existem agora unicamente no amor que sinto. E isto é morrer um pouco.
Morrer um pouco insone sobre o travesseiro, morrer desta morte de boca amarela.
Morrer sabendo que não posso durar muito neste estado visto que o amanhã é sempre segunda-feira e preciso acordar cedo com algum descanso no corpo.
Morrer me deixa suada e com dor nas pernas, como se eu houvera realizado uma extensa pernada. Então folgo os nós dos pensamentos, tiro-os da cabeça e coloco-os ao lado, junto aos meus outros sapatos.
Fecho os olhos e não enxergo mais nada, percebo apenas aquela criação da minha alma que é o mais profundo de mim.
Não tenho medo da morte, eu que morro todo o tempo pelos que já perdi, acabei por me acostumar com ela.
A morte tem a boca amarela, mas o meu rio é mais caudaloso.
Caminhava por meu quarto enquanto eu insone sobre a cama pensava nela.
Pensar na morte já é morrer um pouco. Pelo menos para mim que não penso especialmente naquela espécie de morte pessoal e intransferível... penso na morte dos meus, dos que já foram, dos que amo e existem agora unicamente no amor que sinto. E isto é morrer um pouco.
Morrer um pouco insone sobre o travesseiro, morrer desta morte de boca amarela.
Morrer sabendo que não posso durar muito neste estado visto que o amanhã é sempre segunda-feira e preciso acordar cedo com algum descanso no corpo.
Morrer me deixa suada e com dor nas pernas, como se eu houvera realizado uma extensa pernada. Então folgo os nós dos pensamentos, tiro-os da cabeça e coloco-os ao lado, junto aos meus outros sapatos.
Fecho os olhos e não enxergo mais nada, percebo apenas aquela criação da minha alma que é o mais profundo de mim.
Não tenho medo da morte, eu que morro todo o tempo pelos que já perdi, acabei por me acostumar com ela.
A morte tem a boca amarela, mas o meu rio é mais caudaloso.
7.26.2012
Evolucionismo
Gostava de andar sobre as próprias pernas... quando elas foram amputadas naquela escuridão de período em que amputavam-se as pernas da população indeliberadamente, sentiu profunda devoção por seus braços.
Mas aí vieram os anos 90 e os braços também foram extirpados.
Restou-lhe a cabeça. Ele pensou: na cabeça não vão mexer, não interessa a cabeça.
Mal sabia ele que os métodos de desmonte eram muito refinados por conta de um progresso tecnológico que invisível passou dando tapas nas caras de todos.
Uma furadeira highpolitic, na madrugada distante, adentrou seus ouvidos sonolentos e liquidificou os pensamentos...
De manhã já estava com aquela inédita e, a partir dali, perpétua sensação de melancolia intelectual que o impediu de sair e ver o sol, que o impediu de ler os poeminhas fatais de amor, que o impediu de ouvir aqueles velhos samba-canções do Lupcínio.
Mas lutaremos à sombra! - Como bradou o rei Leônidas.
Mas aí vieram os anos 90 e os braços também foram extirpados.
Restou-lhe a cabeça. Ele pensou: na cabeça não vão mexer, não interessa a cabeça.
Mal sabia ele que os métodos de desmonte eram muito refinados por conta de um progresso tecnológico que invisível passou dando tapas nas caras de todos.
Uma furadeira highpolitic, na madrugada distante, adentrou seus ouvidos sonolentos e liquidificou os pensamentos...
De manhã já estava com aquela inédita e, a partir dali, perpétua sensação de melancolia intelectual que o impediu de sair e ver o sol, que o impediu de ler os poeminhas fatais de amor, que o impediu de ouvir aqueles velhos samba-canções do Lupcínio.
Mas lutaremos à sombra! - Como bradou o rei Leônidas.
(O coração escondido no peito ainda vibrava em festivas pulsações, mas mantenhamos esta informação entre parênteses... isto é, entre dois mistérios, feito um segredo).
7.24.2012
MUNDIADO
Cheio de mundo
Carrego nos olhos
Dois horizontes
Sossegados
Castelos bonitos
Eclipses
Luas perfeitas e triangulares
Tuas pernas no inverno
Invento adiante
Mais vinte e quatro horas no ponteiro
Para costurar
A noite no dia
Descanso nas brechas do meu encanto
E quando acordado
Sou apenas inteiro.
7.15.2012
Filha órfã
Eu dizia para meu pai,
Não sou filha de Benedito – que era o pai de meu pai...
Sou filha de Antonio...
Mas ele teimava em retrucar que seu pai fora um homem muito
bom, que tratava bem todos os empregados, que nunca ficara em dívida com
ninguém e que, portanto, não era condição temível ser filha de Benedito.
E eu começava a chorar umas lágrimas ardidas que pulsavam
tanto quanto minha fúria de peito.
Meus ímpetos bélicos faziam-me repetir: não sou filha de
Benedito, sou filha de Antonio...
Mas Antonio era tão inclinado a Benedito que acabei ficando
órfã.
7.11.2012
7.10.2012
Quando eu te vejo assim de cabelo preso meio mal preso, oclinhos de aro grosso... um pouco resfriada - com aquele contínuo gesto de esfregar a mão no nariz para não espirrar, com aquele casaco verde musgo pau-pra-toda-obra, com aquela expressão de quem está tentando compreender um cálculo matemático, com aquela voz de quem acabou de tirar um cochilo no meio da tarde, com aqueles pensamentos fugidios que te afastam de mim imediatamente e pra sempre...
Quando eu te vejo assim, eu fico doido de amor.
Quando eu te vejo assim, eu fico doido de amor.
Casórios
As pessoas mais interessantes e loucas que conheci acabaram se tornando maridos e esposas suavizados pelo cotidiano do casamento.
A vida a dois, de repente, tornou-se uma inspiração, uma aspiração, um objetivo a ser realizado e legitimado por assinaturas, cartórios e outros vinténs.
Eu me pergunto apenas quando foi que nós desacreditamos da solidão e
a abandonamos à própria sorte, como se de fato esta velha amiga
fosse
uma bruxa.
Acendemos os fósforos e os atiramos na fogueira da Santa Inquisição.
Nunca mais solidão. Adeus velha amiga...
Somos teus traidores preferidos...
Nunca mais solidão... compreenda... também vivemos nossos sacrificios...
Quem te negou teve o dedo anular enforcadinho por um fio de ouro.
A vida a dois, de repente, tornou-se uma inspiração, uma aspiração, um objetivo a ser realizado e legitimado por assinaturas, cartórios e outros vinténs.
Eu me pergunto apenas quando foi que nós desacreditamos da solidão e
a abandonamos à própria sorte, como se de fato esta velha amiga
fosse
uma bruxa.
Acendemos os fósforos e os atiramos na fogueira da Santa Inquisição.
Nunca mais solidão. Adeus velha amiga...
Somos teus traidores preferidos...
Nunca mais solidão... compreenda... também vivemos nossos sacrificios...
Quem te negou teve o dedo anular enforcadinho por um fio de ouro.
7.08.2012
A presença dela na sala era de desarticular os pensamentos e os movimentos. Uma lufada de vento a escancarar as janelas e a bagunçar a casa.
A presença dela, silenciosa, emudecia todo o resto.
Antonio, trêmulo, homem de poucas palavras, acenou timidamente e depois inventou um compromisso qualquer para poder se retirar em fuga branda.
A presença dela o deixava em fúria, coisa esta que poucos conseguem suportar sentados nos sofás e cadeiras do mundo.
Porta afora, conseguiu respirar novamente.
E depois não conseguiu mais.
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