12.28.2012

Se eu pudesse
provar um pouco da pele
que há no teu sal


não seriam suficientemente
justos
nem cinco mil
metros cúbicos
de cachoeira
ribeira
sereias
pra secar essa sede

Então, garganta em fogo
eu morreria pau a pau
com os incêndios dos
prédios mais apaixonados
do centro da cidade. 

fosse findo o amor
viveríamos nas leis de quem?

11.13.2012



Os meninos da rua Célia não sabiam do mal terrível que estava por vir,


Se soubessem, desafortunados, não seriam mais meninos.


Entre as boas tardes ali daquele país quente, alguns conseguiam acender seus cigarros roubados, escondidos em algum beco do bairro, para que seus parentes não descobrissem de toda fumaça, toda briga, toda punheta, todo escândalo.

Era acordado entre os meninos da rua Célia que um segredo é sempre irrevelável... por mais que queimem as severas cintadas na bunda e nas pernas.

Mas Perdidinho não era um menino da rua Célia, era um menino da rua Aurora e nem desconfiava sobre os contratos historicamente instituídos por aqueles moleques.

Inventou de acender um cigarro roubado à vista de muita gente e de imediato deflagrou os velhos costumes daquela meninada que foi julgada às pressas pelas tias e avós
 - responsáveis fêmeas por sua educação.
Por outro lado, o clã dos meninos da rua Célia  já se organizava para descobrir quem era aquele delator para puni-lo por sua atitude traidora.

Perdidinho rápido que era, bateu em retirada assim que percebeu os primeiro olhares repressores das senhoras à rua. Escondeu-se atrás da igrejinha matriz e ali ficou durante algumas horas até que...

11.06.2012

Não, não era um abismo
Ela caiu da própria altura.
Não não não
nem se atreva
a domesticar
meus carnavais.

11.05.2012

E de repente
A verdade de mim
é maior
que o sofrimento.

(É o deslumbramento de quando o pai me dava um doce para que eu parasse de chorar. Só que agora é sem pai e sem doce.)

11.01.2012

Irmão
Seu eu pudesse
Eu me tornava os teus pés
Para te livrar do cansaço secular
das horas-aula de trabalho escravo
(e para beijar os teus caminhos
diretamente da fonte)


P/ o irmão Presto

Tristeza me segue feito um cachorro sem dono
e como sou dada à caridade e outras mazelas...


10.31.2012

E ENTÃO RIO



O tempo não absolveu a casa. As paredes se desmancharam em diferentes tons de amarelo, a velhice assusta os vizinhos... Aliás, a velhice não, a velhice é bela e plena, o que assusta é a tradição, a imutável qualidade das coisas naturalizadas. Não são as rugas e as cicatrizes da casa que oprimem os passantes, é a sua imutabilidade. Não é o corpo flácido da casa que inibe os olhares alheios, é a paralisia de seus rijos tijolos, é a crônica febre dos telhados que não se permitem absorver o sol a partir de diferentes ângulos.

Se todos os dias a casa pudesse ir morar em esquinas diferentes... Se todos os dias pudesse oferecer portas em diferentes paredes, se todos os dias pudesse ser outra casa, os vizinhos agradeceriam e não se cansariam de lançar olhares cotidianamente forjados na inocência para contemplar a transformação do quarteirão, do bairro e, enfim, da cidade. 

É a verdade dos fatos: só se observa com grandeza e assombro as coisinhas cotidianas uma única vez, o resto é pura repetição e costume. É hábito. A descoberta é uma carta que se lança cegamente ao espaço, é um salto no escuro, é talvez um grito desesperado para o futuro...  Mas no presente, depois que a descoberta acontece não tem mais volta, ela deixa de ser descoberta e vira qualquer prática diária sem importância alguma.

Mas aquela casa, em especial... Se o tempo a tivesse absolvido... Se pelas janelas pudessem surgir minuto a minuto pessoas novas interessadas em testemunhar o percorrer do tempo pela tarde noite adentro... Os homens e mulheres da vizinhança todos os dias ficariam em expectativa infantil para observar qual o novo morador a apresentar-se pelas frestas do lar.

Ficaria a vizinhança absolutamente inquieta para descobrir que nova e distinta família estaria ocupando salas, quartos e banheiros invisíveis para aqueles que estão do lado fora.

Diferentes espécies de avós, tios e pais. Crianças nascidas e renascidas de hora em hora povoando o mundo, fazendo da natalidade um verdadeiro ato de resistência humana. Naquela casa, caso o tempo a tivesse absolvido, a política seria o café preto aromatizante de todas as manhãs e o feijão na panela fervendo para o almoço. E o lirismo seria de uma concretude formidável... O lirismo existiria nas plantas parasitas - estas que costumamos aniquilar de nossos belos jardins, estas que se desdobram sol a sol para além de suas posses de direito roubando de outros vegetais a força vital, sugando a energia das flores mais adocicadas, das folhas mais douradas de verde... O lirismo então, direto e duro, seria uma condição de existência: Sobrevivam, minhas plantinhas! E o façam com alguma poesia!

Eu fui a última a partir. Já faz alguns anos. Cancelei as engrenagens dos relógios por acreditar que deste modo eu pararia o tempo, pelo menos o tempo daquele último momento em que olhei para todos os cômodos e me senti experimentando meu primeiro adeus. Quebrei os ponteiros ao meio para poder me lembrar daquela descoberta... Naquela época eu já desconfiava que tudo se dá assim, desse jeito meio efêmero... E-fê-me-ro... Mas só fui aprender essa palavra muito tempo depois, quando não suportei mais lidar com o inominável das sensações passageiras.

Também arranquei os tapetes do chão à unha, e deixei vibrando sob a luz do dia o mar de imundícies que por tanto tempo escondemos sob a decoração.
As fotografias joguei em uma mala. Os quartos todos tranquei por fora, à chave de cadeia. Na ousadia da partida fiz a brincadeira de deixar uma das janelas abertas...

Eis o meu segredo e plano revolucionário...

Se ninguém houver fechado a janela que abandonei escancarada, quem sabe em um dia de tempestade não surja dentro daqueles cantos uma verdadeira correnteza de águas suficientemente fortes para derrubar os tons de amarelo das paredes e, quem sabe, (pelo bem da respiração da madeira fina do chão e da memória) as próprias paredes?

E então rio: nunca mais casa. A transformação. Mesmo que dure apenas o tempo de um temporal.


10.24.2012

Diante deste bando abandonado
ofereço minhas mãos
para multiplicar as mãos
neste imenso guerrear de desabandonar
Reconhecemo-nos:
iguais

- e isto é o que nos distingue
dos homens normais.

10.21.2012

mas aí
era que
o seu
coração
tinha um pára-raio...

10.16.2012

ANTES EU ACHAVA QUE O MUNDO ERA DIVIDIDO ENTRE VERMELHOS E AMARELOS II





Quando amarela, uma pracinha numa tarde de sol.
Quando vermelha o próprio sol.
Quando amarela, um sorriso largo na boca e por dentro um silêncio devastador.
Quando vermelha meu olhar entristecido vai às ruas e se exibe para os passantes, por dentro a morte é uma alegoria.
Quando amarela sinto o vento profundamente apaixonado por meus cabelos.
Quando vermelha, tenho sete furacões em rotação dentro do estômago.
Quando amarela sinto fome.
Quando vermelha devoro coincidências, reticências e inconstâncias,
Quando amarela fico tão linda.
Quando vermelha fico mulher.
Quando amarela invento canções, caço no escuro as luzes restantes do dia, converso com o tempo e esqueço as regras da boa educação.
Quando vermelha  eu sou o céu,
A distância e o azul
Em amarelo eu me destaco nos vôos mais imprecisos
Vermelha eu sou o corte do pássaro veloz rasgando o meu peito
Quando amarela eu quero ter filhos
Quando vermelha eu já sou a mãe do mundo
Quando amarela eu percorro o mundo em um suspiro
Quando vermelha minhas pernas doem, meus calcanhares em ruínas
Quando amarela, me atraso
Vermelha, me antecipo
Quando amarela eu sou o detalhe e o ensaio e o difícil
Quando vermelha, um desastre de improviso...
E quando cinza, nada disso.  

PÁSSARA PASSARÁ



Aviso aos navegantes:
Qualquer dia eu acordo e saio voando.

10.04.2012

só peço
um susto que me acaricie

(meus jovens joelhos

oscilam
entre tremedeira e dança
os cotovelos
correm para os telefones)

surpresas cotidianas
não são menores
que milagres. 

10.03.2012

morreu a vela
quiçá da janela
haja luz
mas cansei de esperar
uma fagulha, centelha
de claridade
a sombra sem pés
que à contradança reage
farol fechado, teus olhos cerrados
avanço no escuro
sem medo, sem muros
pra me entardecer
e me enluarar.


A mulher muda
falou comigo
em tom maior. 

9.17.2012

Opinião sobre o Nada

Mamãe, não tenho sido boa menina.
No Sábado um homem entrou e saiu do meu corpo
e eu não queria, mas não disse não.
E isso é o nada.

9.12.2012

Mundo é pra guerrear. Mundo é pra festejar.

9.02.2012

Uma parede na garganta
tudo cerca
tudo canta
Uma parede na garganta e teus olhos ali
diante
distantes
me procurando
em cinco
seis palavras arrumadas
factóides de poesia
fotografias penduradas
pela voz
pelos pés
se anti-nós
eu sei quem és
então não quero. 
uma parede na garganta, e teus olhos ali, diante, distante
me procurando em cinco,seis palavras arrumadas



Romario Alves

(ou Romarinho)

8.23.2012

A paixão só dura sete dias

Mulher pra mais de mês
mas vou me lamentar apenas
uma vez
(onde foi que eu errei?
onde foi que eu errei?)

A paixão só dura sete dias

E assim sucessivamente,
Até que a ordem se inverta
e eu me perca
novamente

8.19.2012

Dor de ouvido, só que no coração.


(Ai, vai começar tudo outra vez...)

8.15.2012

Breviário da Fuga


 
Tinha um sonho: aprender a escrever para redigir uma carta de despedida para poder se mandar dali daquela salinha feliz e colorida da pré-escola.
Não aguentou completar cinco anos e em um belo dia de verão pediu para a professora escrever em nome dela: 

Querida tia Socorro, eu não suporto mais este lugar e vou partir.

Depois olhou com ternura para a professora e timidamente convidou-a para fugir junto. A professora não aceitou o convite alegando ter de cuidar das outras trinta e três crianças da turma.
(Que dor. Que dor. Que aperto meu Deuzinho do céu. Por dentro um coração torturado... Ou na pior das hipóteses: é uma dor que não dói e por isso não tem remédio. O segredo é esperar, mas a espera também é tóxica, é um estado de infecção. Tantas outras sensações terríveis dentro da menina que poderiam torná-la um versículo da bíblia).

ABANDONEMOS A PROFESSORA, PORTANTO!

Então a menina saiu sorrateira da sala de aula, atravessou os corredores vazios do horário morto da escola e alcançou o parquinho onde ficou a brincar solitária nos balanços e escorregadores.
A mais doce fuga de todas. Rota fantástica.
Ralou os joelhos em um movimento mais afoito e nem chorou porque não tinha para quem chorar. Viu um fiapo de sangue escorrer até o chão e fantasiou não estar assustada. Considerou permanecer ali até completar sete anos.
Mas toda aventura tem seu preço e depois de algumas horas a menina já estava de volta à desinteressantíssima vida cotidiana das meninas.
Mamãe não gostou da arte. Ficou puta. Preparou engenhoso castigo:
Mamãe passou mel na menina e depois o papai foi lá e comeu.

8.14.2012

Coragem você.

Não é porque sua vida está uma merda que você vai sair por aí cumprimentando todo mundo com pés na porta.

Segura essa onda, irmã.
Guarda essa língua ferina...
Essa navalha na boca
Ainda vai fazer sangrar
a boca de alguém.


Que cor amarela que nada...
Sou na flor
o doce ardido do espinho


8.08.2012

Estás com medo de viver cheirando a sangue Portar o olor que lembra vida - de longe Ter fome da própria carne coágulo, em ti Tua ruína é roer, amigo, a própria sina

8.05.2012

Hoje, domingo farto. Minha barriga não teve do que reclamar. Mas, estou só ante a boca do mundo.

7.30.2012

Restolho que não entrou no projeto e que eu não quis jogar fora...


O cenário cultural brasileiro, sobretudo no que diz respeito à literatura, é caracterizado historicamente como um ambiente profícuo e criativamente diferenciado; este fato provavelmente se dá, dentre muitos fatores, pela extensão física do país e por consequência pela diversidade cultural pulsante nas cores, nas músicas, nos sabores, nos termos cotidianos referentes a cada recorte regional do país e suas bases de colonização. Além disso, nas muitas regiões nacionais existem subcategorias culturais, nascentes outras de cultura, que se estabelecem a partir de estruturas diversas tais como condicionantes econômicas, geográficas, educacionais, políticas e etc. Portanto, além de participarem como elementos distintos entre si da constituição da cultura brasileira como uma totalidade, as cidades e microrregiões são também compostas por mosaicos culturais em diálogo político e social, seja pelas aproximações ou pelas diferenças...
A morte tinha a boca amarela.
Caminhava por meu quarto enquanto eu insone sobre a cama pensava nela.

Pensar na morte já é morrer um pouco. Pelo menos para mim que não penso especialmente naquela espécie de morte pessoal e intransferível... penso na morte dos meus, dos que já foram, dos que amo e existem agora unicamente no amor que sinto. E isto é morrer um pouco.

Morrer um pouco insone sobre o travesseiro, morrer desta morte de boca amarela.
Morrer sabendo que não posso durar muito neste estado visto que o amanhã é sempre segunda-feira e preciso acordar cedo com algum descanso no corpo.

Morrer me deixa suada e com dor nas pernas, como se eu houvera realizado uma extensa pernada. Então folgo os nós dos pensamentos, tiro-os da cabeça e coloco-os ao lado, junto aos meus outros sapatos.

Fecho os olhos e não enxergo mais nada, percebo apenas aquela criação da minha alma que é o mais profundo de mim.

Não tenho medo da morte, eu que morro todo o tempo pelos que já perdi, acabei por me acostumar com ela.

A morte tem a boca amarela, mas o meu rio é mais caudaloso.


7.26.2012

Evolucionismo

Gostava de andar sobre as próprias pernas... quando elas foram amputadas naquela escuridão de período em que amputavam-se as pernas da população indeliberadamente, sentiu profunda devoção por seus braços.
Mas aí vieram os anos 90 e os braços também foram extirpados.
Restou-lhe a cabeça. Ele pensou: na cabeça não vão mexer, não interessa a cabeça.

Mal sabia ele que os métodos de desmonte eram muito refinados por conta de um progresso tecnológico que invisível passou dando tapas nas caras de todos.

Uma furadeira highpolitic, na madrugada distante, adentrou seus ouvidos sonolentos e liquidificou os pensamentos...

De manhã já estava com aquela inédita e, a partir dali, perpétua sensação de melancolia intelectual que o impediu de sair e ver o sol, que o impediu de ler os poeminhas fatais de amor, que o impediu de ouvir aqueles velhos samba-canções do Lupcínio.

Mas lutaremos à sombra! - Como bradou o rei Leônidas.


(O coração escondido no peito ainda vibrava em festivas pulsações, mas mantenhamos esta informação entre parênteses... isto é, entre dois mistérios, feito um segredo).

7.24.2012

MUNDIADO

Cheio de mundo
Carrego nos olhos
Dois horizontes
Sossegados
Castelos bonitos
Eclipses
Luas perfeitas e triangulares
Tuas pernas no inverno
Invento adiante
Mais vinte e quatro horas no ponteiro
Para costurar
A noite no dia
Descanso nas brechas do meu encanto
E quando acordado
Sou apenas inteiro.

7.15.2012

Filha órfã


Eu dizia para meu pai,
Não sou filha de Benedito – que era o pai de meu pai...
Sou filha de Antonio...
Mas ele teimava em retrucar que seu pai fora um homem muito bom, que tratava bem todos os empregados, que nunca ficara em dívida com ninguém e que, portanto, não era condição temível ser filha de Benedito.
E eu começava a chorar umas lágrimas ardidas que pulsavam tanto quanto minha fúria de peito.
Meus ímpetos bélicos faziam-me repetir: não sou filha de Benedito, sou filha de Antonio...
Mas Antonio era tão inclinado a Benedito que acabei ficando órfã.

7.11.2012

o sol (como
lâmpadas e mais lâmpadas
atrás da tua cortina)

acende o dia
no formato
daquele velho
arco da promessa.

bom dia bom dia
pra você que me esqueceu.

7.10.2012

Quando eu te vejo assim de cabelo preso meio mal preso, oclinhos de aro grosso... um pouco resfriada - com aquele contínuo gesto de esfregar a mão no nariz para não espirrar, com aquele casaco verde musgo pau-pra-toda-obra, com aquela expressão de quem está tentando compreender um cálculo matemático, com aquela voz de quem acabou de tirar um cochilo no meio da tarde, com aqueles pensamentos fugidios que te afastam de mim imediatamente e pra sempre...

Quando eu te vejo assim, eu fico doido de amor.

Casórios

As pessoas mais interessantes e loucas que conheci acabaram se tornando maridos e esposas suavizados pelo cotidiano do casamento.
A vida a dois, de repente, tornou-se uma inspiração, uma aspiração, um objetivo a ser realizado e legitimado por assinaturas, cartórios e outros vinténs.

Eu me pergunto apenas quando foi que nós desacreditamos da solidão e
a abandonamos à própria sorte, como se de fato esta velha amiga

fosse
uma bruxa.


Acendemos os fósforos e os atiramos na fogueira da Santa Inquisição.
Nunca mais solidão. Adeus velha amiga...

Somos teus traidores preferidos...

Nunca mais solidão... compreenda... também vivemos nossos sacrificios...
Quem te negou teve o dedo anular enforcadinho por um fio de ouro.


eu erro a reza
meu bem
sem implorar
pelo perdão.

7.08.2012

Bebê,
bebê,
pra te esquecer
eu me enfrescalho toda
e vou putanhar.

e nem vem que não tem,

na política, por exemplo, é a mesma ladainha.


Ah, não!

Pra quê palavras...?


Malditos outros que já disseram por mim.



A presença dela na sala era de desarticular os pensamentos e os movimentos. Uma lufada de vento a escancarar as janelas e a bagunçar a casa.
A presença dela, silenciosa, emudecia todo o resto.

Antonio, trêmulo, homem de poucas palavras, acenou timidamente e depois inventou um compromisso qualquer para poder se retirar em fuga branda.

A presença dela o deixava em fúria, coisa esta que poucos conseguem suportar sentados nos sofás e cadeiras do mundo.

Porta afora, conseguiu respirar novamente.

E depois não conseguiu mais.