6.01.2009

Militares Invadem a USP

É por ser completamente ilegítima e anti-pública que se chama INVASÃO e não OCUPAÇÃO.

Notícia tirada do Estadão; notas pessoais.


SÃO PAULO - O campus da Universidade de São Paulo (USP) amanheceu ocupado pela Polícia Militar (PM) nesta segunda-feira, 1. Membros da Força Tática organizaram uma linha defensiva na entrada da Reitoria e viaturas foram destacadas para diversas faculdades. Por volta das 15h30, a PM deixou o campus.



Os policiais atenderam ordem da juíza Maria Fernanda de Toledo Rodovalho, da 12ª Vara de Fazenda Pública do Estado, expedida em uma ação de reintegração de posse proposta pela universidade.



A Reitoria, por meio de sua assessoria, informou que a ação de reintegração de posse foi proposta pois grevistas bloqueavam duas entradas do prédio desde a última quarta-feira, 27, impedindo a entrada de outros funcionários. Ao chegar no campus, porém, a polícia não se deparou com um bloqueio e decidiu permanecer "preventivamente".

NOTA: Do alto de seus coletes à prova de bala, a tropa de choque se colocou à frente da reitoria naquela costumeira postura opressiva, com seus escudos e porretes. Acredito que não basta questionar a atitude naturalmente agressiva da tropa de choque, mas sim a atitude da reitora que, ao ativar a tropa de choque deslanchou um movimento extremamente repressor e ditatorial que é, porém, velado por argumentos que se mascaram como política de apaziguamento e harmonização do corpo universitário.



O clima ficou tenso principalmente pela manhã. Pegos de surpresa, muitos estudantes consideraram a medida exagerada. Os funcionários, que decidiram ontem manter a greve deflagrada há 26 dias, marcaram novo protesto para quarta-feira, às 11h. Para os grevistas, a presença da PM foi "ditatorial".

NOTA: Medida exagerada é eufemismo. Militares na USP fazem sangrar a história do país. Esta situação não afeta apenas o corpo universitário da USP, mas também faz ruir o que resta dos nossos direitos públicos.




Para a estudante Lia Segre, que chegou à universidade às 8 horas e se deparou com a presença dos policiais, a medida faz parte da uma estratégia da Reitoria para acabar com a greve dos funcionários. "Os funcionários que não voltaram para o trabalho estão sendo pressionados por seus chefes para voltarem, e os que não voltam temem represália política", disse. "Essa reintegração de posse é um absurdo, pois o prédio não estava ocupado", afirmou.



O Sintusp exige reposição inflacionária de 6,1%, reajuste de 10% e a readmissão do ex-funcionário Claudionor Brandão, demitido em 2008. A USP oferece reajuste de 6,05% a partir dos vencimentos de maio e aumento de 16%, em média, nos benefícios

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