Uma profusão de cabelos...!
Foi assim que começou a chamar aquela mulher sentada no banco.
Também a nomeou de estalactite
e estrada de pedra
e voragem.
Tentou ir, não conseguiu... a partida armava-se toda do avesso, dizia fica. vai fica.
ou vai, mas se for é pra sempre.
mas pra sempre ele não queria, porque senão não poderia olhar para trás... então ficou nas ousadias das grades da janela admirando aquela que de tantos nomes tornara-se planeta inexplorado.
Em certo momento ela se levanta, pega a bolsa e vai embora da praça... atravessa a rua, entra numa casa de sucos, depois de cinco minutos sai da casa de sucos, apanha um ônibus e some da vista possível.
E ele ali tão prisioneiro e seco, a cuspir na calçada - lá embaixo! - restos de comida e coração.
3.01.2012
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