6.17.2012

Rosto

Quando você aparece surgem plataformas concretas por baixo, nas chinelas, isso vem da calçada. Piso no cimento por secar. (Desculpem-nos) Você e os kilômetros. Quando estás torno-me. Uma cor mais real, física, presente. Uma avó viu-me. O último rastro de vermelho sangrado do pôr do sol estapeou-nos a cara quando mais precisávamos - gatilhos. O amarelo alumiou nossas três máscaras pesadas e sem faces que indiquem um futuro. Estas máscaras possuem suas asas próprias asas postiças que, fixadas às orelhas como anticorpos, impediam que escutássemos uma família submersa e infeliz gritar: Voltem-se um ao outro!!! Voltem!!! Outro!!! se ao... Porém Me levavam para longe como um balão. Era eu? Era ela? Fique sempre do meu lado. Preciso muito de ti! Te amo! Te amo! Essas são sentenças que precisamos dizer, repetir e repetir, sentir e ressentir. Necessitamos descer as escadas de nossos sorrisos dente por dente. Não pegue carona nos perigosos fios mentais, tento. Quando faltar um dente, há de existir um abismo com final previsto, chama-se nervo, mas calma, pode ser facilmente superado. Vamos esperar lá embaixo para aparar nossas banguelas? Se te incomoda ser finito, pinte um quadro. Estive no futuro e vejo nossa vida agora. Vejo dançando linda, gigante com seus brincos ornados de sementes estéreis, vejo sua pele macerada pelas incontinências do ofício que escolheste. Você ensinou feliz sem ser feliz. Vejo que é fiel. Vejo-te forte em mim. Vejo-me mas tive uma doença de visão que deixou estes óculos inválidos. Por que continuo usando óculos que nunca tive? Intriga é saber que lupas interessam-me desde já. Escreverei esta carta para jurar que superarei algo para ficarmos juntos superarei pare de dizer será? Talvez? Não posso esperar mais nenhum segundo, quero chegar à fonte das coisas onde jorra o sonho comum que todos tivemos na nossa primeira noite em berço de ouro ou enterrados na lama. Vamos logo, ou não teremos tempo de morrer sem culpa. Vens ou não?! Concordas ou não?!

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