Ele e ela eram gêmeos de pais diferentes. Quando a mãe morreu foi decidido em assembléia dual:
_ Vamos morrer.
As coisas precisavam acontecer do jeito certo.
Então acharam um descampado, antigo campinho de futebol tomado pela grama alta, sentaram no chão às 5 e 24 da manhã daquele dia e cravaram os olhos no Sol assim que dele tomara conhecimento o horizonte. Os olhos dos dois pregaram no sol simultaneamente de tal forma que parece até mentira, enquanto isso o resto da cidade olhava para o outro lado. E assim foi que o dia passou sem que por nem um segundo eles tenham desviado olho algum, nem piscar era permitido, acompanharam o movimento solar com suaves movimentos de pescoço, até que por volta das 5 e 24 daquela tarde ele falou pra ela:
_ Não sei não, mas acho que ninguém morre de luz.
_ Shhhhh.
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Estou agradavelmente surpreso...
ResponderExcluirgenial. dava uma cena.
ResponderExcluirou então, deixa viver como literatura mesmo. literatura virtual (eca!)
ResponderExcluirou como carta de saudade.