7.26.2011

transando o céu

Soprando todo o sangue da voz
assim são os passarinhos das seis, sucessivamente, som após som
aliteração suicida
cavando ouvidos
com pás e britadeiras
marcas eternas sobre o asfalto
rotas para o centro da terra
coração de quem escuta
uma reza ou uma canção
um assovio
uma matilha de passarinhos trazendo as seis da tarde
em seu rebuliço

asas de vidro quebradas
refeitas com fita
e cola polar


céu azul belém
rasga-mortalhas do dia
morre mais um dia

eu fazia natação no colégio nazaré
a piscina era então o grande mar da sereia das águas cloradas
e o maiô era o maior do meu corpo

naquele tempo o tempo não passava
e eu tinha seis anos pra vida toda

(até o dia em que fiz 24 anos.)

Um comentário:

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