7.04.2012

Doce Juventude

Um sonho depois do outro, todos
dobrados e colocados sobre a cabeceira da cama

para mais tarde serem guardados dentro de gavetas,
para mais tarde poderem fazer jazz em outras freguesias.

sonhos pluriculturais,

embalados por cantigas de roda antiquadas e sem vestígios sonoros a não ser aqueles que se referem à memória e seus silêncios.

A cara à tapa no travesseiro.
Ele pensa nela.
Ela pensa nele.
Ele pensa nela.
E ela, por sua vez, sem querer, pensa em uma outra.

Essa outra, uma parente: prima bonita que chegou dos Estados Unidos e usa uns lenços sobre a cabeça no estilo Jack O.

- Mas me conta um pouco mais sobre essa sua experiência nos esteites.

Não importa o discurso, o que importa são os dentes. Que apareçam os dentes. Os dentes da prima, e entre eles imagina-se a língua e dentro da língua o gosto de outras tantas infinitas primas. 

Beberam tanto vinho que o estômago  ardeu em azia e queimação...


De resto, a juventude estava toda especial naquela noite, docinha docinha.


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