7.03.2012

Última cantiga para Luiza

Para dilacerar meu peito
só mesmo
a tua flecha envenenada
a rasgar o vento
feito o teu sorriso vago
que muitas vezes enxerguei
denso e vasto
(mas só enxerguei pra mim.)

essa minha retina ilusionista
reserva-me ainda tantas cegueiras...

e esse platão que vive no meu pensamento
te fez, algum dia, um pouco mais bonita
do que as tantas outras fadas desinteressantes
a serpentear pelo céu.

Hoje já não faz mais nada:

não voas
e nem o vento.

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