10.31.2009

Fim de Festa

Foi no mínimo simbólico o teu ato de apagar a luz e me deixar sozinha no quarto.
Neste instante a escuridão foi injetada em minhas veias todas, para desbravar meu corpo e inibir amargamente o meu coração de saracotear. Aí meus olhos se abriram num estalo estrondoso de interruptor e eu descobri: não quero mais gostar dela. Ou seja, além da lâmpada do quarto, tu apagaste a minha luz.

Descobrir uma querência dói mais que descobrir uma razão.

(Mais um coração partido no mundo.)

Então eu peguei seis horas de viagem, de Franca para São Paulo, num ônibus de chorar.

E tu ficaste na minha memória na pior das imagens: fumando o teu cigarro na beira da janela, com a expressão de quem sabe tudo de tudo.

E se não fosse o suficiente, eu ter me esvaído de sentimentos nesta itinerância, ainda fui burra de esquecer meus óculos de grau sobre a tua mesa - burra ou eu queria um motivo pra voltar? sei lá. - mais uma situação que bate no que eu sinto: por tua causa vejo agora a vida feito um borrão no meu cotidiano.


O conselho da Aninha, no final das contas, é o melhor:

cuidado com café/cigarro/aline.

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