Eu quero um doce da Portinha.
A primeira vez que fui à Portinha foi em outubro de 2005, tenho certeza porque era época de Círio e foi um ano antes de eu me mudar para São Paulo.
Eu e o Renato nos encontramos no píer das Onze Janelas e lá eu contei pra ele que estava namorando, ele também me contou alguns segredos inconfessionáveis e tocou boas músicas ao violão e o finalzinho da tarde era quase tão fascinante quanto ele.
Portinha era meio cômodo de uma casa na Cidade Velha que havia sido transformado em lanchonete (daí o nome de coisa mínima).
Na Portinha vendiam:
A melhor empada de jambu da cidade
e o melhor bolo de chocolate.
Lembro com ternura que foi o Renato que pagou o meu Guaraná Garoto.
À meia-noite os fogos no largo de Nazaré. Como eu morava mais ou menos perto dava pra observar o céu iluminado da varanda, com o pescoço entortado. Minha mãe disse que os fogos reluzentes no escuro pareciam aranhas explodindo, criando teias e parindo filhas que criavam outras teias e pariam outras filhas.
O Renato disse que a nossa casa era só poesia.
Até então eu não sabia, nem imaginava que pescoço entortado dava poesia.
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