Hoje vou morrer de pé
gritando:
"Olha a praia!"
arrastando os pés no seixo das balas
de borracha - será que estas servem pra apagar os passarinhos de asa quebrada dibujados pelos meus filhos?
hoje vou ser moribundo de olhar nosso rio
viramar
viralama
viralata
virabicho
Serei puxado de dentro
para o centro próprio da terra
a casa própria da mãe-terra
o centro de meu centro
que só caberá quem é meu irmão nascido em qualquer lugar
enterrados como vieram ao mundo, seus sonhos
nossos direitos parecem canhotos
Essa aula nós já assistimos, e eu sentava na última fila
A professora mandava calar
Desde o início foi assim, essa perseguição
Quero morrer hoje, joguem-me uma carteira à cabeça
estrangulem a minha família, e esse anúncio na tv
Eu te pego em outra vida, seu cão.
Em outra vida, inimigo-irmão.
2.10.2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário